a lebre e a tartaruga, for trombone (2024)

[en]
The piece a lebre e a tartaruga (‘the hare and the tortoise’) was commissioned by the trombonist Ricardo Pereira as part of his doctoral project on pedagogical practices and incorporating contemporary music into trombone teaching in Portugal. The piece explores the theatrical dimension of the stage, inviting the performer to uncover and deepen the narrative’s layers.

The work’s poem and musical parts were created side by side, in a process of interdependence and mutual inspiration. The poem is based on the homonymous fable by Aesop, and its writing and structure were carefully crafted to suit the musical piece and the use of extended techniques on the trombone. These techniques include the exploration of different air sounds, the use of the mouthpiece outside the instrument and the incorporation of percussive elements.

The score of the piece was written in such a way as to allow the performer a certain amount of improvisation. This freedom is intended to stimulate the musician’s creativity and contribute to the development of their musical practice.

Initially, I devised a version of the piece to be performed by a student and a teacher. The teacher took on the story’s narrator role, while the student performed the musical part. After a first reading of the piece and at Ricardo Pereira’s request, I developed a second version in which the trombonist plays both parts: narrator and musician. Through this fusion of roles, instrument and instrumentalist together create the sonic result of the piece.

As a result, there are two versions of a lebre e a tartaruga. One for one instrumentalist, who must perform the vocal and instrumental part, and the other for two performers.

[pt]
A peça a lebre e a tartaruga foi composta a pedido do trombonista Ricardo Pereira, para integrar o seu projeto de doutoramento sobre práticas pedagógicas e a incorporação da música contemporânea no ensino do trombone em Portugal. A obra explora a dimensão teatral do palco, convidando o intérprete a desvendar e aprofundar as nuances da narrativa.

O poema e a parte musical da obra foram criados lado a lado, num processo de interdependência e mútua inspiração. O poema baseia-se na fábula homónima de Esopo, e sua escrita e estrutura foram cuidadosamente elaboradas para se adequar à peça musical e à utilização de técnicas estendidas no trombone. Entre estas técnicas, destacam-se a exploração de diferentes sons de ar, o uso do bocal fora do instrumento e a incorporação de elementos percutidos.

A partitura da obra foi escrita de forma a permitir certa margem de improvisação para o intérprete. Esta liberdade visa estimular a criatividade do músico e contribuir para o desenvolvimento da sua prática musical.

Inicialmente, concebi uma versão da peça para ser interpretada por um aluno e um professor. Nessa versão, o professor interpreta o  papel de narrador do conto, enquanto o aluno toca a parte musical. Após uma primeira leitura da peça, e a pedido de Ricardo Pereira, desenvolvi uma segunda versão, na qual o trombonista interpreta as duas partes: narrador e músico. Através desta fusão de papéis, instrumento e instrumentista criam em conjunto o resultado sonoro da obra. Assim, a lebre e a tartaruga tem duas versões. Uma para um instrumentista, onde este terá de interpretar a parte vocal e instrumental, e outra para dois intérpretes.